Máquina do Mundo, 2010
Coleção Inhotim
Brumadinho,
Belo Horizonte
Fotos: Eduardo Eckenfels

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A transferência da matéria pó é feita horizontalmente e através da máquina, um novo componente que peguei emprestado do poema a “Máquina do mundo”, de Carlos Drummond de Andrade: “no sono rancoroso dos minérios, / dá volta ao mundo e torna a se engolfar, / na estranha ordem geo­métrica de tudo”. A minha máquina transporta quase que unitariamente cada grão de mármore, num silêncio de minério, como se carregasse para lá e para cá, em pó, a história da escultura. Todo aquele mármore talvez guarde, na sua pilha, possíveis esculturas eternas. E talvez comente, grão por grão, a nossa precária transitoriedade.

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